terça-feira, 17 de julho de 2012

TEATRO RÁPIDO JULHO 2012: COM ORGULHO


Este fim-de-semana voltei a trocar o cinema pelo teatro e lá fui até ao Teatro Rápido ver mais quatro micro-peças.

O tema deste mês é “Com Orgulho”, o que logo à partida traz consigo a promessa de peças mais sérias que as do mês passado. Mas mais sérias não quer dizer aborrecidas (uma confusão que por vezes faço) e, se é verdade que no meu ver apenas uma aborda realmente o tema, o resultado são quatro peças interessantes e completamente diferentes umas das outras.

Como uma das coisas que mais aprecio no conceito do Teatro Rápido é o facto de, para além do tema mensal, pouco ou nada se saber sobre as peças, vou tentar não revelar nada sobre as mesmas. O factor surpresa é importante neste quinze minutos teatrais.

“Sobre o Orgulho e a Impossibilidade de Andar” é uma experiência plástica com momentos muito bem conseguidos, onde os actores Carolina Matias e Tomás Tojo (também autores e encenadores da peça) se misturam habilmente com imagens projectadas. Mas tenho que confessar que não percebi o sentido de tudo aquilo.

Em “Traíste-me e Morreste ou Morreste e Traíste-me?”, duas belíssimas actrizes, Sofia Baltar e Rita Sotto-Mayor, baralham-nos a mente num jogo coreográfico onde nem tudo é o que parece.

Para mim o melhor texto do mês e aquele onde o tema é abordado com mais clareza, chama-se “Seis... Quase Meia”. Com texto e encenação de João Ascenso (que foi o responsável pela encenação de “O Amor Não É um Fogão”, que continua a ser a minha peça preferida do TR), esta peça retrata um tema real e fá-lo sem falsos moralismos ou dramatismos. A dar vida às personagens temos Anaísa Raquel e Pedro Cunha, dois actores que se entregam de alma e coração ao projecto, mas enquanto ela é perfeita, infelizmente ele não me conseguiu convencer.

Por fim temos “Texto para Novembro”, um monólogo escrito por José Maria Vieira Mendes e interpretado por Simão Luís que, para minha grande surpresa, das quatro foi a peça que eu mais gostei de ver. Geralmente temo monólogos, com medo que sejam chatos e compridos, mas estes quinze minutos passam a correr e quando damos por ela, a peça acabou. Simão Luís consegue cativar-nos com o seu olhar sonhador e cria uma grande empatia com o público, o que é essencial para que este monólogo existencial resulte.

Mais uma vez aconselho a visitarem o TR (Teatro Rápido) no Chiado. O projecto tem qualidade e necessita de público para crescer. Não precisam de ver as peças todas, mas deixem-se contaminar pelo bichinho teatral e vão querer lá voltar. 

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